Tece-a de noite
no canto superior direito da janela da cozinha. De manhã, entre a caneca de
café e o embaciado do vidro, eu digo-lhe, vai-te embora, leva a teia para os
ramos da laranjeira, para as folhas da roseira brava. Ela diz que não, não
quer, gosta de estar ali no canto superior direito da janela da cozinha. Mas eu sei que
ela esconde uma rapariga triste entre os fios de seda. E confundem-se as três, a
teia, a aranha e a rapariga triste.
Misty blue de Samanta