A casa assombrada ficava para lá do descampado, ervas daninhas, giesta um pouco, carqueja, talvez. A estrada cortada pelo caminho das cabras e a casa, que dizíamos assombrada e estou certa de que o era e ainda será. Dançava uma mulher na noite escura e o pátio da casa iluminava-se de muita lua e o assombro inundava-lhe o rosto e era tão belo e sempre será. Atiravam-lhe pedras aos vidros das janelas, os rapazes da rua, que jogavam ao berlinde e bulhavam no recreio da escola, mas nunca lhe tocaram num fio de cabelo, nem no gato que miava no jardim. E nós escrevíamos esta história numa folha de papel de cenário e ilustrávamos a tinta da China com um traço frio e fino como este mês.



Haunted house de Samanta