guarda-me meu anjo
livra-me das asas rasgadas do frio do medo
do peso dos ombros na travessia das estradas do vazio dos atalhos
do quebranto dos dias
tristes
são as igrejas no cimo dos montes a chave perdida no bolso das mulheres que habitam as casas térreas caiadas das esquinas
e as estações e os apeadeiros onde os comboios deixaram de rolar no grito das noites aluadas de estrelas
o gelo é um sopro estático e glacial
um navio que encontrou as milhas perdidas do mar
que o guarda e o faz voar
meu anjo
anjo de mb